Fantasias

“While Your Lips Are Still Red” é uma ode à dramática paixão (trágica, diria eu) entre um homem e uma mulher, misturada com hesitação, violação, raiva, competição masculina e provavelmente outras coisas que podem ser descobertas no filme “Lieksa!” (Finlândia, 2007), assumindo que conseguimos entender finlandês. Seja como for, espero não estar longe da realidade se disser que a moral dessa história pode ser suportada pelo provérbio português, aqui livremente adaptado ao tópico deste artigo, “se queres beijar uma mulher, não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”…

A fantasia é algo que nos apraz. Vibramos com filmes como O Senhor dos Anéis, Harry Potter e outros que nos transportam para o imaginário. O imaginário é algo de que necessitamos de ingerir de vez em quando para intercalar entre as cenas do nosso mundo real, onde por vezes a coisa fica dura e pesada e muito difícil de suportar. Oscilamos facilmente entre o amor e o ódio e tal oscilação é causadora de instabilidade e de fragilidade pois consome demasiada energia. Ou então torna-nos agressivos apenas porque imaginamos agressão vinda de todos os lados e dessa forma pretendemos defender-nos. O imaginário faz bem. Faz bem deitarmo-nos confortavelmente, entregar o corpo ao relaxamento total e deixar o cérebro vaguear pelos territórios dos belos sons e das belas imagens. Faz bem permitir-nos vaguear pelo país das maravilhas onde tudo parece estar certo, no lugar certo, no tempo certo. Ou se não, há-de estar porque haverá um ou mais heróis que lá estarão para compor as coisas. Para resolver. Para permitir-nos continuar a vaguear pelos territórios dos belos sons e das belas imagens…

O amor tem que fazer parte das nossas vidas. Será o elemento regulador por um lado e catalisador por outro que trará o equilíbrio tão essencial à nossa existência. Precisamos de nos mantermos equilibrados, conditio sine qua non. Na distância certa. No tempo certo. Temer o amor não faz sentido e fugir da paixão é apenas um sinal que ainda não atingimos o equilíbrio. Porque quando estamos finalmente balanceados não temeremos deixar fluir os nossos sentidos, umas vezes pelo mundo real, outras pelos mundos da fantasia. Permitamo-nos fluir. Permitamo-nos enveredar pelos caminhos da aprendizagem por tentativa e erro pois o amor e a paixão nada têm de científico. Nunca saberemos quem é o certo e quem é o errado pois, sendo o amor pura emoção, não há fórmulas que possam ser aplicadas. A emoção é uma coisa. A matemática é outra coisa.

O vídeo seguinte junta uma série de contrapontos! While Your Lips Are Still Red[1] foi composto para servir de banda sonora a um filme que aborda as relações amorosas como elas frequentemente são, complicadas. É curioso como uma balada tão intensa foi composta por uma banda que se move nos terrenos do rock metálico, género musical demasiado agressivo para mim diga-se, mesmo sendo, como no caso dos Nightwish, classificado de sinfónico. Curiosamente também, esta balada encaixa harmoniosamente na relação fantasiosa entre o rei Aragorn[2] e a super-lindíssima élfica Arwen[3], na fabulosa trilogia “O Senhor dos Anéis”. Enfim, uma mistura do que é, em geral, a nossa vida: muito frequentemente somos facilmente envolvidos pela fantasia e depois confundimos a realidade com a mesma, o que por vezes nos traz complicações. Mas admitamos, onde existe um humano existe complicação. Onde existe mais que um humano, existe um monte de complicações. Por isso, entreguemo-nos de corpo e alma à prazerosa prática da fantasia. Eu por exemplo, não páro de fantasiar com a muito mulher-do-norte Tarja Turunen, ex-vocalista dos Nightwish, ou também com a mulher-do-norte Floor Jansen que é a vocalista neste concerto em Wembley.

Votos de soberbos momentos de fantasia…

Tema Musical: “While Your Lips Are Still Red” por Nightwish in “Amaranth”©2007
Video-clip: de Pantherapardus2012, legendado em português por ZeBarbosaF.
Imagem frontal: Tarja Turunen (ex-vocalista dos Nightwish).

  1. Enquanto os teus lábios estiverem vermelhos.
  2. Interpretado por Viggo Mortensen.
  3. Interpretada por Liv Tyler.

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