É já uma coisa antiga. Eu pelo menos tinha uns tios que apreciavam os prazeres do álcool, tal como muitos de nós, e que me iniciaram nesta receita. “Receitas há muitas, ó palerma”, devem estar já os génios desta vida a pensar. Pois há…
Muito do que os Tugas comem e bebem atualmente deve-se à nossa natureza de povo pobre. Necessitado. Carente. Comemos tudo o que o porco dá. Comemos tudo o que a galinha dá. Comemos quase tudo o que a vaca dá. Comemos tudo o que qualquer vendedor da banha da cobra vende. E claro, tínhamos que arranjar maneira de podermos beber o vinho horroroso que há décadas se produzia nesta terra, disfarçando-o de alguma maneira. O tal jeitinho Tuga! Esse mesmo que os Brazukas herdaram e melhoraram bué…

Receita Portuguesa.
Como se pode aproveitar um vinho de merda? Desperdiçar não é uma opção. Simples, junta-se cerveja e açúcar e já está. O vinho pode ser verde ou maduro, branco ou tinto. Pode até ser rasca. Eu prefiro assim:
- 330 ml de cerveja branca, c/ álcool
- 330 ml de vinho maduro branco
- 1,5 colheres de sopa com açúcar branco
Ambas, cerveja e vinho, devem estar bem frescos. Deita-se o vinho num recipiente. A seguir o açúcar e mexe-se até dissolver o possível. Depois verte-se a cerveja numa de gajo calmo como eu, slowly… Mexer de novo suavemente até dissolver o resto do açúcar. E bom apetite, uma bebida de pobre que sabe bem p’ra caraças. Atenção, a quantidade equivale a duas cervejas mas o efeito equivale a meia grade delas. É que o vinho maduro deve estar na ordem dos 14 graus e o açúcar potencia p’ra carago o efeito alcoólico…
Enfim, uma boa bebida para beber junto com uma garina e depois… Isso, isso mesmo!
“A vida é bela p’ra quem sabe tratar dela” dizia um tio meu, grande apreciador da receita…