O assédio sexual está no nosso ADN…
Fica bem, porque se usa muito, dizer “ai tal e coisa, isto e aquilo está no nosso ADN”. E então no mundo do futebol onde, logicamente, se usa linguagem própria do mundo do futebol, começa a usar-se assim tipo “está no ADN do clube” ou “está no ADN da equipa”. Fica bem, pronto. Torna-nos pessoas inteligentes e ficamos muito orgulhosos com isso. Pronto, assediar sexualmente uma gaja está no ADN dum gajo. Só que, porra, neste caso eu até acho que está mesmo. No ADN…
Vejamos, recorrendo a linguagem simplória que, como eu, tão poucos sabem usar. Nós, gajos, somos machos. Elas, gajas, são fêmeas. Vai daí e porque adoramos a nossa espécie (e só por isso) nós, gajos, fomos programados para assediar as gajas e lhes saltarmos em cima. Vai daí, elas, gajas, foram programadas para se fazerem de difíceis e assim processarem a seleção natural do macho que mais lhes convém. Isso, essa coisa do macho alfa que um dia destes descobri que não sou. Assim mesmo. As gajas preferem os machos alfa. Em caso de não existência em stock, elas admitem o macho beta. E por aí fora. Sei, é chato porque nem toda a gente conhece o alfabeto grego mas também não é necessário. Sempre aparece um génio qualquer com cara de “toninho que sabe tudo” que vai, com certeza, ensinar o alfabeto grego às gajas.
As gajas gostam que lhes ensinem o alfabeto grego. Gostam, pronto. Mesmo que se diga “ai tal e coisa, mulher não gosta de sexo como homem gosta”. Hey pá, homem não gosta nem desgosta de sexo. Homem é só sexo. Xiça, isso não nos sai da cabeça, seja lá ela qual delas. Está no nosso ADN. Pá, tá mesmo. E então há quem argumente “ai tal e coisa, mulher não entende isso”. Mas também há sempre quem pode retorquir “ai tal e coisa, isso é porque mulher é burra”. E lá estamos nós. Sim, no assédio. Assediamos a gaja, quer nos pareça que ela vai gostar ou não, porque nós, gajos com sexo sexo sexo sexo no ADN, sempre achamos que elas vão gostar até porque sempre nos achamos uns gajos do caraças.
E então porque é que só agora é que as gajas todas se queixam de serem vítimas de assédio sexual? Bom, se o assediador é um gajo cheio da nota, até dá jeito. Quem me dera que uma ricaça me assediasse para eu poder acusá-la de assédio (depois de umas tantas quecas, claro). Se o gajo é um político bem lá no “top mais” da vida social, económica e política da nação, ora porra, se eu fosse gaja até me deixava comer (porque ser comida deve ser bom) mas depois… Depois iria acusá-lo de assédio porque isso iria dar uma nota preta[1]…
Resumindo, eu estou com aquelas cotas que se manifestaram recentemente a favor do assédio. Pá, eu gosto de assediar gaja, pronto. É fixe. E com um bocado de jeito passamos uns momentos de intensa felicidade que nos transportará à transcendente sensação de que somos felizes. Viva o assédio. Longa vida ao assédio. Até porque na maior parte das vezes as gajas querem, procuram, provocam para obterem e, quando a coisa não corre tão bem quanto imaginado, inventam uso e abuso em nome duma força física que elas dizem não ter e, pronto, vamos ver se caiem umas notas.
Tsunami afoga. Destrói. Vá, não destruam o assédio sexual…