Se N’um T’Impotas, Impota

Sem hipóteses. Naquilo em que fomos grandes e já não somos, resta importar. E sim, fomos grandes na indústria conserveira. Já não somos…

Matosinhos era uma parte suja do Porto. Aí se amontoavam as grandes indústrias conserveiras que dominavam o panorama mundial porque éramos quase únicos. Pescavamos muito, sem quotas, dava para comer fresco, conservar para nós e para o mundo e prover as zonas costeiras de muitos postos de trabalho. Mas isso já lá vai. À semelhança dos sapatos e dos têxteis também as conservas deixaram de ser o nosso orgulho.

Hoje, Matosinhos já não é parte do Porto e já não é aquela “peixaria” ou “peixeirada” que costumava ser. Isso claro, foi no tempo da outra senhora. No tempo desta, Matosinhos prima pelos restaurantes de peixe e mariscada mas já não sobram as conserveiras. Até porque comer conservas é muito “gourmet” e já nem tudo o que se consome por cá é Português…


Conservas portuguesas.

A Pota é um bicho do mar que me faz pensar que é da família do polvo. Hey pá, tudo o que vem do mar com tentáculos, ventosas e cabeças maiores que o corpo faz-me crescer água na boca. Polvo, lulas, chocos, potas e similares, são que nem gaja boa, papo tudo. Quando posso, claro. E muito frequentemente não posso porque quem nasceu para 5 não dá 10.

Consumir conservas em Portugal já não é coisa de pobre. São caras p’ra caraças e já nem são maioritariamente Portuguesas. E quando não são Portuguesas então a probabilidade de serem Espanholas é muito elevada. Somos tão insignificantes quando se fala na frota pesqueira Espanhola! Eles pescam tudo, eles pescam tudo, eles pescam tudo e não deixam nada… E daí este petisco Espanhol da famosa Conservas Ramirez, com óleo de girassol e alho a 1.79 euros no Continente (hipermercados). Tão a ver? Cerca de 24 euros por quilograma. Hem? Que tal? É coisa para pobre?

Que os deuses protejam os nossos pescadores…

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