Quarentenado…

Lá ao longe, a esperança! Aqui perto, o medo!

Não precisavamos da COVID-19 para mais uma vez se falar do quão frágeis nós, humanos, somos. Não faltam razões para isso! Mas o tema da atualidade é mesmo essa pandemia, com nome de cerveja Mexicana mas com origem no oriente distante. E se por um lado a piada “mais um produto Made In China” pode parecer humor amarelo[1], o que é certo é que nem a toda poderosa China nem os mais avant-garde Europeus estão capazes de travar isto. Porquê? Primeiro, porque vivemos num mundo capitalista. Segundo, porque a natureza ainda nos é superior. Terceiro, porque temos andado durante milénios equivocados sobre a nossa posição neste mundo.

Tive que sair à rua. O mundo não pode parar. Apenas temos que nos manter alerta. Adotando comportamentos preventivos. E nesse fim de tarde em que tive de sair à rua o povo já não saía muito à rua. E na praia, o por-do-sol que sempre foi e que sempre será. Porque lá ao longe, a esperança! Aqui perto, um ser minúsculo, invisível, que nos vai ajudar a rever os nossos valores. Estes valores que têm sido tão atabalhoadamente reformulados nas últimas décadas. Porque o capitalismo é implacável. Porque nós, os criadores do mesmo, corremos o risco de por ele sermos ultrapassados. Bom, de facto há muito que já estamos a ser ultrapassados. Porque o capitalismo não tem rosto. E por isso não podemos sentir o que lhe vai na alma. E se calhar até nem queremos sentir. Porque os valores têm sido tão atabalhoadamente reformulados nas últimas décadas…

Eis um verdadeiro desafio à sobrevivência desta aldeia global. Aguardemos os próximos capítulos. Respeitando a distãncia um dos outros. A distância que normalmente não respeitamos[2]. Porque somos dominados por mais uns ISMOs. O individualismo. O egoísmo. O egocentrismo. O narcisismo. E também dominados por várias ÂNCIAs. A arrogância. A petulância. A ganância. A exorbitância. A intolerância. A dominância. A beligerância. Tudo isto com muita abundância…

Que os deuses estejam connosco…

  1. Amarelo de desconcertante, doentio…
  2. Refiro-me ao respeito mútuo.

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