O nosso querido jardim à beira-mar plantado está em época alta. Onde quer que vamos somos afogados em autênticos tsunamis de estrangeiros. Isso é ótimo, muito bom para a nossa economia e devemos aproveitar enquanto tá a dar. Não me importo de ver a minha cidade-natal, Porto, cheia de estranjas. Muito bom! Se bem aproveitado só lucraremos com isso.
Agora essa do Portugal “gourmet” dói-me! Hoje simulei um Portugal top no meu lanchinho de dia de férias, que não conta como tal porque é feriado. E para quem não sabe, e há muitos que não sabem, hoje celebra-se a ascensão da Virgem ao céu. Sim, a virgem ascendeu. Hoje seria difícil porque virgem é como caviar. Coisa rara…
Chlép, chlép…
Será caviar? Antes de mais adoro caviar. Caviar são ovos de esturjão e o meu salário, dado o patrão sumítico que tenho agora, não daria para pagar o prazer de comprar tal iguaria. Ao lado tá um rosé lindo de morrer. Felizmente Portugal produz excelentes rosés que nada têm a ver com aquele fenómeno de marketing, de seu nome Gatão, e que deve ser dos piores vinhos produzidos em Portugal.
O Portugal “gourmet” irrita-me. Assim como me irrita o preço astronómico do salmão fumado. Tantos euros para tão poucos gramas de peixe. Nós, país de pescadores, não fumamos peixe nenhum. E peixe fumado é tudo de bom que tem na vida. E se for de salmão nem se fala…
Este tá sendo meu lanche, de fim de dia de férias num belo dia de verão. Parece “gourmet”, parece de rico mas não. Qualquer pobretanas o pode ter se procurar produtos alternativos para pobre que o Continente, a melhor cadeia de supermercados da nossa terra, oferece.
E depois… É só fazer de conta…