De vez em quando dou comigo pensando em decisões. As tomadas. As não tomadas. As que outros podem ter tomado. Boas. Más. Desenhadas de forma simples com a perfeição que só a distância pode proporcionar. Aqueles “Se eu fosse você…” são encantadores! Sempre…
Pequenas deambulações por um passado cheio de tudo e de nada. Uma ténue indecisão aqui e ali. Ficar parado não é uma opção! Entramos… Por uma porta aberta provavelmente não muito visívelmente aberta. Dúvidas! De quem? O habitual. Ou pode não ser. Dela? Dele? Ambos, talvez? As verdades perturbam. Coragem é um ideal. Coragens são mais o género. Pequenas coragens.
E então as perguntas surgem novamente. E novamente… Dúvidas voam em torno das cabeças. Esses medos travando os desejos. O passado não é para voltar. Novamente o passado! O mesmo que construiu o presente e sempre desafiou o futuro. Os muitos futuros, um após o outro, até ao presente. E quebram desejos. E desvanecem sorrisos. E se tornam tão estúpidos. Tantas farsas precisam de obstinadamente acontecer e prevalecer como normalidade. É duro, a lógica prevalecer sobre a emoção. É duro, que a lógica e a emoção se tornem uma sinfonia. Mas funcionou antes! Será que vai funcionar de novo?
Longas caminhadas na praia. O vento frio do Norte como sempre. O azul ou o verde, o cinza ou o amarelo pálido. As ondas indo e vindo. Como pássaros no seu ciclo normal de vida. Os sons de gaivotas persistentes. As imagens indo e vindo. As lembranças de uma vida que persiste em parecer um absurdo. Os amigos. As mães e os irmãos. Os pais e as irmãs. Crianças… Árvores morrendo em pé. Partes mortas de árvores vivas.
Estou prestes a desistir. Muitas coisas jogando contra. Não há muito tempo para reação. Para definição da estratégia. Para respirar profundamente, inspirando e expirando. Sem paixão. Sem febre. Não há mais sangue ardente inundando o cérebro. Nenhum sorriso num rosto leve e de contornos suaves. Não mais os cabelos compridos flutuando ao sabor do vento. Não mais as caminhadas na praia sob o dominante som do oceano. Não há mais vibrações. Nem mais noites sem sono esperando alegremente pela luz do dia…
Sem paixão, apenas sufocando…
Video criado por ClaudioDiGiampa.
Banda sonora de Jesse Cook, “Breathing Below Surface” in “Vertigo” © 1998.
Ligeira reedição por ZB O Blog.
Imagem frontal de autor desconhecido.