És De Luas

Até pode ser bom, porque mostra que é uma pessoa em constante mudança. Mas a expressão é depreciativa, porque pelos vistos preferimos mais o que se mantém mais ou menos tudo na mesma…

Sentimos o efeito da Lua? Definitivamente, não. Ela está lá a tempo inteiro e reparamos nela tanto como reparamos que o motorista do nosso autocarro de todos os dias rapou o bigode. Mas, acreditamos que ela tem influência na nossa vida diária? Sabemos que há teorias que apontam para uma grande influência da Lua nas marés? E sabemos também que há quem associe a Lua ao ciclo menstrual da mulher? Não. Apenas acreditamos ou não nos que nos dizem e realmente passamos pouco cartão a esse satélite natural.

Acredito que o equilíbrio do Universo depende da posição relativa das massas que nele coabitam. Acredito que a destruição dessas massas criem algum impacto. Acredito que a alteração dessas massas devido a qualquer fenómeno cósmico possa contribuir de alguma forma para a alteração do equilíbrio do Universo. Mas também acredito que Universo é coisa grande demais para suportarmos todos os dias e então preferimos assuntos bem mais influentes, tipo “o gajo do talho hoje roubou-me nos bifes”. Até porque, em Portugal, bife é massa bem dispendiosa.

A astrologia não é uma ciência. A astronomia é, claro. Mas todos nos sentimos atraídos por essa coisa muito propagada por espertinhos e espertinhas deste mundo que recebem a designação de astrólogos e que nos mantêm de alguma forma agarrados a essa coisa dos signos. Um astro é realmente algo ou alguèm que de uma forma ou outra nos cativa. É algo ou alguém que nos ultrapassa largamente na nossa dimensão de pequenas areias aparecidas por acaso neste infindável Universo. E por isso me sinto extra-terrestre, não me sinto nada cativado por essas coisadas de astro pr’a cá, astro pr’a lá, ora agora é touro, ora agora é peixes.

Não sinto especial atração por quem é de luas. Não porque eu aprecie a monotonia do “hoje como sempre” mas porque empiricamente não tenho sentido atração por essas pessoas ao longo da minha vida já grandinha. A mulher em geral é de luas, com muito mais frequência que o seu período menstrual[1]. Mas nasci “programado” para sentir atração por mulheres e acabo por achar piada a isso. Mas a lua? Os dedos da minha mão chegam e sobram se eu quiser contar o número de vezes que esse planeta me ocupou o cérebro. Ou a mente. Ou o espírito. Ou… whatever!

Que os deuses nos protejam das consequências maléficas do satélite…

  1. Engraçado, se estivesse numa qualquer aula de Física, esta confusão literária entre frequência e período iria com certeza custar-me caro.

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