Direito À Morte

Direito adquirido. Exatamente no mesmo momento em que nascemos. Quiçá no momento em que somos gerados. Ou então até mesmo antes disso.

Ser inteligente, mais ou apenas entre outras vidas que por aí proliferaram, não nos tira do grupo das vidas com morte anunciada. Pré-anunciada. Prevista. Incondicionalmente um fim bem antes de haver um início. A morte é um pressuposto. Irremediável.

A técnica que usamos não é sequer uma técnica. Esquecer que nascemos com uma morte anunciada, não é uma técnica. É uma defesa. É um mecanismo. É quase instintivo. Ou se não é então fazemos por ser. Auto-defesa. É instintivo e por isso nem precisamos de ser inteligentes.

Pensamos a morte. Mas só o fazemos umas poucas vezes na nossa vida. Humano detesta pensar na morte. É deprimente. É auto-destrutivo. É demente. É doentio. É obstrutivo. É tudo aquilo que gostaríamos que não fizesse parte da nossa vida. A morte. O fim. O infinito mesmo para aqueles de nós que não visualizamos com lucidez o infinito. Não queremos pensar a morte. Não queremos esse direito. Recusamos. Negamos. Fugimos. Morte não é para ser pensada, não é para ocupar a nossa vida que, mais curta ou mais longa, sempre acaba em morte.

O direito à morte, um direito que nos é esquerdo…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Cidade do Porto