Perfaz hoje um total de 30 dias a surpreendente e hercúlea resistência do povo Ucraniano à cruel, assassina e sanguinária barbárie militar levada a cabo pela Rússia. Num total de 30 dias já podemos contemplar quase 4 milhões de refugiados por esta Europa fora (mulheres, crianças e homens acima dos 60 anos), milhões de desalojados e deslocados no próprio país, uma enorme área de território destruído e uma quantidade desconhecida de mortos e feridos pois a propaganda é uma das armas de qualquer guerra. Não me peçam para não odiar os russos…
Tudo começou com um delírio de um criminoso de guerra, Vladimir Putin, mas não me peçam para acreditar que este genocídio é só obra dele e das suas marionetes, sejam estas os oligarcas das ilícitas fortunas sem fim ou os generais das armas de destruição mais poderosas do planeta. Não! O povo russo é conivente. O povo russo é apoiante. O povo russo é participante. Este não é o genocídio de Putin, este é o genocídio da Rússia. Mais um, mais assassino e destruidor que os anteriores…
Seria pouco inteligente da minha parte acreditar que 150 milhões de pessoas[1] não sabem o que se passa ali ao lado, num território vizinho que até pertence à grande família dos Eslavos. Na era das comunicações fáceis e baratas em cada esquina, é impossível não saber que ali ao lado se morre apenas como resultado do capricho de um narcisista e suas damas de companhia. Que ali ao lado está a acontecer a destruição total. E, pior ainda, não saber que ali ao lado estão a morrer os seus próprios filhos, maridos, irmãos ou pais, muitos deles sem saberem porquê nem para quê…
E a propósito, não é por estar velho que estou mais tolerante à hipocrisia que impera neste mundo! É que sofro de má digestão de imperialismo, por isso não faz parte da minha dieta voluntária. Claro que mais cedo ou mais tarde levamos com imperialismos em cima até nos esmagar os ossos. Mas ao imperialismo da hipocrisia, da falsidade, dissimulação, fingimento, farsa, sonsice, imposturice, duplicidade e similares, ainda consigo dizer assertivamente “NÃO!”. Por isso, não me peçam para não odiar os russos…
Slava Ukraini!